ALGUMAS HISTÓRIADO
SOLDADO CATOTA
Suas histórias se
tornaram motivos de reportagens jornalísticas e tema de livros, como o encontro
de uma década” do escritor Damião Sabino, entre outros. Entre tantas situações,
vale a pena lembrar algumas:
Em Mossoró de antigamente,
o estádio de futebol ficava na Rua João Marcelino, onde hoje é o SESC. Era
comum entre a meninada assistir os jogos em cima do muro, tendo um visual
privilegiado e o mais importante, deixando de pagar os ingressos. A evasão de
renda preocupava os dirigentes esportivos que foram pedir providências a
polícia.
O sargento Ademar, decidido
a coibir a arbitrariedade, chamou o Soldado Catota e orientou que não queria
mais ninguém assistindo jogo em cima do
muro. Determinado a cumprir a lei, o Soldado Catota foi ao campo, ao chegar viu
o muro apinhado de gente m cima, Intato a tomar uma atitude, Catota não se fez
rogado , chegou junto dos torcedores e gritou: “OU PRA DENTRO, OU PRA FORA! O
que não pode é ficar em cima do muro. A galera, que estava no maior liseu, não
contou conversa, pulou para dentro.
Era o tempo da
política, os partidos da época eram a ARENA
e o MDB, os policiais-militares como manda a ética não deveriam -nem
deve – envolver publicamente em questões partidárias. Catota, presepeiro todo,
andava com dois lenços nos bolsos, um vermelho, representado a ARENA, e outro
verde, cor tradicional do MDB.
E assim, o anti-herói
se divertia. Quando encontrava uma turma da ARENA, fazia a festa e mostrava o
lenço vermelho. Com a militância do MDB puxava do bolso o lenço verde. Certo
dia, Catota, ao passar pelos emedebistas, puxou o lenço verde, só que entre o
grupo estava infiltrado um sujeito ligado a ARENA. O cidadão sabendo que o
delegado do Alto São Manoel era arenista
fervoroso, mesmo sem admitir publicamente, entregou Catota, contando o
ocorrido.
O delegado não titubeou e repreendeu Catota, dizendo: “”Se você fizer isso de novo
eu lhe rebaixo”. O policial em cima da bucha respondeu: ’SÓ SE CORTAR AS MINHS
PERNAS, POIS ABAIXO DE SOLDADO RASO NÃO EXISTE PATENTE”.
Catota certa vez
recebera uma ordem para deter um indivíduo, sendo incumbido de efetuar o
detrimento desse indivíduo . Ao se defrontar coma pessoa indicada, uma rapaz de
boa estrutura física, deu-lhe voz de prisão, recebendo a resposta uma
“bananada”, com a expressão: “Tome, que eu não vou preso por você”. Nisto, o Soldado Catota, simplesmente”, dizendo: “Tome
também, que não lhe levo”.
José Estácio Damião,
servindo em várias cidades do interior do Estado do Rio Grande do Norte e por
último exalando suspiros finais em Mossoró, onde tinha como companheira Maria
da Conceição. Catota jamais sentiu a emoção de ser alvo de qualquer honraria na
tropa, de uma simples promoção, não tendo passado nunca de soldado raso. Dele
se salvará, porém, a contagiante alegria em seus gestos, nas suas atitudes.
Relembro-o como
símbolo ordeiro e da paz, a quem Mossoró, através da ex-prefeita Rosalba
Ciarline lhe prestou um tributo, dando seu nome em uma das ruas de Mossoró,
conforme mostra Lei Municipal na postagem abaixo
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