quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

JOSÉ ESTÁCIO DAMIÃO

 


Soldado PMRN José Estácio Damião, o saudoso conhecidíssimo policial militar “CATOTA”, natural de  Marcelino Vieira, Estado do Rio Grande do Norte, nascido no dia 19 de março de 1919, começou como ajudante de padeiro, na  Padaria de Cazuza de Paiva, SEU CAZUZA, em Marcelino Vieira e depois na Padaria de CHICO FRANÇA, em Pau dos Ferros.

ingressou na gloriosa e amada Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, no ano de 1942, foi transferido para a reserva remunerada no ano de 1967, aos 50 anos de idade, quando foi reformado compulsoriamente, recebendo a patente de Cabo, pelo extenso currículo de serviços e trabalhadas. Faleceu em Mossoró, no dia 18 de março de 1971, com 52 anos de idade, deixando como viúva, dona MARIA DA CONCEIÇÃO DAMIÃO e uma filha de nome MARIA DO SOCORRO DAMAIÃO LIMA.

Os mais antigos mossoroenses  certamente lembram da figura popular do SOLDADO CATOTA, que durante anos serviu a corporação da Polícia Militar. Entre a geração mais jovens ficou suas histórias que hoje fazem parte do folclore mossoroense. A sabedoria ingênua, com suas tiradas geniais nas mais diferentes situações, deixando como legado em extenso anedotário que permanece vivo na memória popular, sendo lembrado com constância pelos familiares que fazem questão de preservar sua imagem e disseminar seus “causos” entre a população.

Foi a pessoa de boa índole, espírito alegre, bonachão, leal e cumpridor da lei, obedecendo fielmente as ordens dos seus superiores, mesmo que o resultado das operais policiais militares fossem como mandava os princípios corporativos.

Atuando ao lado do saudoso lendário tenente PM Clodoaldo de Castro Meira, falecido em 11 de outubro de 1998; do sargento PM Ademar, do competente Major PM Francisco Bezerra Carlos, natural de Frutuoso Gomes-RN, comandante do 2º BPM, CATOTA estava sempre aprontando.

O soldado CTOTA era muito amigo de uma cachacinha, mas não desleixava da função. Procurava resolver os problemas usando o senso, evitando por princípio a violência. Um amigo conciliador. “Ele era uma pessoa bondosa e cheio de imaginação.

ALGUMAS HISTÓRIADO SOLDADO CATOTA

 

ALGUMAS HISTÓRIADO SOLDADO CATOTA

Suas histórias se tornaram motivos de reportagens jornalísticas e tema de livros, como o encontro de uma década” do escritor Damião Sabino, entre outros. Entre tantas situações, vale a pena lembrar algumas:

Em Mossoró de antigamente, o estádio de futebol ficava na Rua João Marcelino, onde hoje é o SESC. Era comum entre a meninada assistir os jogos em cima do muro, tendo um visual privilegiado e o mais importante, deixando de pagar os ingressos. A evasão de renda preocupava os dirigentes esportivos que foram pedir providências a polícia.

O sargento Ademar, decidido a coibir a arbitrariedade, chamou o Soldado Catota e orientou que não queria mais  ninguém assistindo jogo em cima do muro. Determinado a cumprir a lei, o Soldado Catota foi ao campo, ao chegar viu o muro apinhado de gente m cima, Intato a tomar uma atitude, Catota não se fez rogado , chegou junto dos torcedores e gritou: “OU PRA DENTRO, OU PRA FORA! O que não pode é ficar em cima do muro. A galera, que estava no maior liseu, não contou conversa, pulou para dentro.

Era o tempo da política, os partidos da época eram a ARENA  e o MDB, os policiais-militares como manda a ética não deveriam -nem deve – envolver publicamente em questões partidárias. Catota, presepeiro todo, andava com dois lenços nos bolsos, um vermelho, representado a ARENA, e outro verde, cor tradicional do MDB.

E assim, o anti-herói se divertia. Quando encontrava uma turma da ARENA, fazia a festa e mostrava o lenço vermelho. Com a militância do MDB puxava do bolso o lenço verde. Certo dia, Catota, ao passar pelos emedebistas, puxou o lenço verde, só que entre o grupo estava infiltrado um sujeito ligado a ARENA. O cidadão sabendo que o delegado  do Alto São Manoel era arenista fervoroso, mesmo sem admitir publicamente, entregou Catota, contando o ocorrido.

O delegado  não titubeou e repreendeu  Catota, dizendo: “”Se você fizer isso de novo eu lhe rebaixo”. O policial em cima da bucha respondeu: ’SÓ SE CORTAR AS MINHS PERNAS, POIS ABAIXO DE SOLDADO RASO NÃO EXISTE PATENTE”.

Catota certa vez recebera uma ordem para deter um indivíduo, sendo incumbido de efetuar o detrimento desse indivíduo . Ao se defrontar coma pessoa indicada, uma rapaz de boa estrutura física, deu-lhe voz de prisão, recebendo a resposta uma “bananada”, com a expressão: “Tome, que eu não vou preso por você”. Nisto, o  Soldado Catota, simplesmente”, dizendo: “Tome também, que não lhe levo”.

José Estácio Damião, servindo em várias cidades do interior do Estado do Rio Grande do Norte e por último exalando suspiros finais em Mossoró, onde tinha como companheira Maria da Conceição. Catota jamais sentiu a emoção de ser alvo de qualquer honraria na tropa, de uma simples promoção, não tendo passado nunca de soldado raso. Dele se salvará, porém, a contagiante alegria em seus gestos, nas suas atitudes.

Relembro-o como símbolo ordeiro e da paz, a quem Mossoró, através da ex-prefeita Rosalba Ciarline lhe prestou um tributo, dando seu nome em uma das ruas de Mossoró, conforme mostra Lei Municipal na postagem abaixo

LEI MUNICIPAL DENOMINADO RUA SOLDADO CTOTA, EM MOSSORÓ

 

LEI Nº  1,374, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1990

“Denomina de Rua José Estácio Damião, SOLDADO CATOTA, a Rua projetada “B”, localizada na Favela Pantanal, Bairro Alto da Conceição, que tem início no Rio Mossoró e termina em casas residenciais, é dá outras providências.

A PREFEITA MUNICIPAL DE MOSSORÓ,

Faço saber que a Câmara Municipal aprova e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º  - Fica denominada de Rua José Estácio Damião, SOLDADO CATOTA, a Rua projetada “B”, localizada na Favela Pantanal, Bairro Alto da Conceição, que tem início no Rio Mossoró e termina em casas residenciais do mesmo bairro;-/

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.1999.

ROSALBA CIARLINI ROSADO - PREFEITA

PALÁCIO DA RESISTÊNCIA. Em Mossoró/RN, 16 de dezembro de 1999

SOLDADO CATÔTA

 

O ofício de tanger gente para uma delegacia policial na finalidade que o sujeito responda pelos seus erros praticados, não é dos melhores, e para ocupar esta função, tem que jurar diante da corporação policial, afirmando que prenderá homens e mulheres, mesmo que façam parte da sua generosa família, como pai, mãe, irmãos, tios... É um ofício perigoso, pois a qualquer momento o policial poderá deixar de ser perseguidor para ser perseguido.

 


O cabo Catôta era um policial de Mossoró, e que não gostava de ser perseguidor de ninguém, muito menos perseguido. Fazia tudo para não se envolver com nada que o colocasse contra a alguém, pois o melhor mesmo para ele era uma vida tranquila, tendo um bom relacionamento com as pessoas, andando pelos bairros de Mossoró despreocupado, sorrindo entre amigos, vez por outra, ingerir uma bela pinguinha, não por vício, mas por divertimento. Mas como era policial e respeitado na corporação, sempre ele era incumbido pelo delegado que comandava a polícia militar de Mossoró, para resolver alguns probleminhas. Mas ele estava sempre disposto às solicitações do dirigente do batalhão de polícia, mesmo contra vontade.

 

Certa feita, o tenente Clodoaldo que foi muitos anos delegado da cidade de Mossoró, homem de moral e suas ordens eram vistas com bons olhos para uns mossoroenses, mas que na verdade, tinham alguns que eram contrários; ordenou ao cabo Catôta que fosse até a casa de um senhor, tido como valente, e o intimasse, e logo em seguida, o prendesse, levando-o preso para a cadeia.

 

Cabo Catôta de imediato acatou o que dissera o tenente Clodoaldo, e com dois policiais, seguiram em direção à casa do suposto valente, encontrando-o em repouso sob uma Castanhola que frondeava alegremente sobre a calçada da sua residência.

 

Fazendo as suas perguntas com algumas pessoas da rua em que morava este, foi informado que o valentão era pedreiro, e sabendo que peito a peito ele e os dois soldados não tinham condições de levar aquela fera até a delegacia, arquitetou um bom plano para consegui dominar o homem até aos pés do delegado; e ao chegar à sua presença, disse-lhe que o delegado estava precisando dos seus serviços de pedreiro, e queria fazer uma parede na cadeia pública de MOSSORÓ.

 


LÁ ATRÁS É O CABO CATÔTA E O TENENTE CLODOALDO

 

O homem estava orgulhoso, recebera uma solicitação dos seus serviços logo de quem, de um delegado, e para ele seria uma grande honra aquele convite. Com certeza o delegado já tinha conhecimento dos seus bons trabalhos.

 

E ali saíram os 4 em direção à cadeia pública de Mossoró. E quando o cabo Catôta se achou seguro dentro do prédio do presídio, olhou para o valentão e lhe disse:

 

- TEJE PRESO, SEU ELEMENTO!!

JOSÉ ESTÁCIO DAMIÃO

  Soldado PMRN José Estácio Damião, o saudoso conhecidíssimo policial militar “CATOTA”, natural de   Marcelino Vieira, Estado do Rio Grand...